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sexta-feira, junho 17, 2005

Him without a sin let him cast the first stone

"A liberdade individual é projecto universalista, para mim. Agora, que nos quisessem impor um sistema que, factualmente – repito, factualmente – havia dado provas suficientes da sua desgraça." Encontrei eu esta frase n'oacidental num post recomendado pelo António que, diga-se de passagem, escreveu alguns dos posts mais divertidos de ultimamente; esta frase foi óbviamente escrita por alguém que tem o dom de prever um passado e um presente que nunca se deram, tal como aqueles livros engraçados acerca de como seria se Hitler tivesse levado a avante ou se Napoleão não tivesse morrido quando morreu. Ora isto entra pelo caminho das dimensões paralelas onde em séries como Sliders, Star Trek, ou filmes como Stargate, e Event Horizon podemos aprender qualquer coisa, o caminho da ficção científica, tema tão frequentemente abordado, directa ou indirectamente na política.
Que critiquem um regime que não funcionou (e quem disse que o actual funciona?) e o bestializem pelos seus utilizadores hipócritas é uma coisa, aquilo que toma um papel completamente diferente é o ar ridículo de indignação em relação a alguém que está absolutamente inerte e o ataque idiológico a alguém que não pode contra-argumentar porque quem faz o ataque não se daria ao trabalho de ler as obras do morto por ser considerado provavelmente filiado do mesmo. Não obstante o que Alvaro Cunhal pudesse ter ou não feito se alguma vez o partido comunista tivesse chegado ao poder não se pode negar a coerência (por vezes assustadora) incomum de um homem que sempre defendeu os mesmos ideais e se manteve fiel aos mesmos, e que bom que seria se todos na política se portassem da mesma maneira, cumprindo os valores em que acreditava até ao dia da sua morte (a ponto de se ter casado com uma mulher de Leste - hahaha também tenho a minha chalaça).
Acho que se o comunismo está praticamente morto não vale a pena atacar os ideais ou os seus defensores, são inofensivos; o que vale a pena é não atacar o regime actual (como todos tão estranhamente fazemos) que funciona tão bem e que nos indigna a todo o momento a preço da satisfacção ideológica por muito esquisita que seja; estamos satisfeitos em termos despachado o que não dava e termos o actual? Afinal o que é que queremos?

Sem querer ser um grandessíssimo chato, acho que brincar com respeito (por muito negro que seja o humor, quando há sentido de humor este pode ser sempre encarado com respeito) é divertido, mas não se deve ficar estúpidamente indignado em relação a certas críticas quando se é capaz de fazer e se fazem coisas tão parecidas e piadas tão semelhantes em termos de conteúdo (a forma não tem importância). Sem importância... não me sinto minimamente ofendido apesar deste ultimo discurso...

Spektrum - Freak Box

2 Comments:

Blogger catarinaferreira said...

Hmmm... afinal temos os mesmos pontos de vista!

3:32 da tarde  
Blogger Pyny said...

6- Posso fazer parte da tertúlia no bairro?
(Concordo plenamente com os pontos anteriores, n vale a pena desenvolver o que é óbvio, e, felizmente, já foi explicado pelo António)

10:49 da tarde  

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