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sábado, abril 23, 2005

Eu

Não me apetecia escrever na primeira pessoa, falo dessa maneira muito frequentemente e escrever aqui deixa-me de certa maneira dissolver essa quasi-necessidade, no entanto, a pedido de certo alguém acho que posso dar umas certas explicações. A minha última experiência religiosa foi uma peregrinação a Fátima, sim, fiz uma peregrinação a Fátima com o Portugal Voluntário, uma organização profundamente religiosa. Também estudei nove anos num colégio católico, o que se calhar não é a melhor maneira de passar a minha educação básica (profundamente religiosa por sinal) visto que a aprendizagem da religião (tal como a de algumas pessoas possa ter sido) também não é a maneira mais eficaz de assimilar a dita, no entanto serve para dar uma ideia da minha maneira de funcionar. O meu percurso religioso foi simples mas atribulado, comecei por considerar Deus como um ser mesquinho e interesseiro (depois da minha "grande fé" infantil) tal se passava como os deuses romanos, porque não usar as mesmas interpretações? Depois apercebi-me: "espera lá ele não é mau... estes gajos é que passam a mensagem errada!". Tentei ainda contrariar a existência de deus dada pelo colágio (a.k.a. Igreja católica) com argumentos perfeitamente viavéis. A revolução contra a igreja católica foi enorme mas passou. Hoje em dia posso considerar-me um agnóstico fascinado pela religião como fenómeno, é uma invenção fantástica e util, chega até a ser pedagógica. O problema da igreja católica é o mesmo que o de muita gente, interpretações erradas, tal como tirar conclusões menos competentes acerca de coisas que acerca das quais no fundo não se conhecem bem. Vejo ainda uma coisa muito confusa, aliás uma confusão generalizada, cristianismo e Igreja Católica não significam a mesma coisa, e já sei o que se passa depois disto "ahh ninguém disse que...", "o que eu disse foi...", mas é verdade, acha-se e não são a mesma coisa. Mas é natural, cada um acha que a sua crença é a verdadeira e absoluta, não é ser intolerante é ter fé, e por ser cega (factualmente falando) é castrante. Eu gosto principalmente de ver as reacções das pessoas e as atitudes ou frases que usam para se exprimir, é estudavel e lúdico, aprende-se muito e ainda se consegue sacar umas risadas no processo. Os argumentos que eu uso são ridículos, é verdade, consigo e sou o primeiro a admiti-lo (porque sou o primeiro a lê-los), mas o mais engraçado é que quando os tentam refutar fazem-no duma maneira absolutamente improdutiva e inconsistente... Tinha mais coisas para escrever mas apagaram-se, no entanto acho que a ideia principal se transmitiu.

Jair não consigo largar o chupa-chupa, é extremamente saboroso.

Beck - Loser

2 Comments:

Blogger Bernardo Eça said...

tenho mta pena de só intervir neste blog quando se fala de religiao, mas parece k está na moda.
Acabei de vir de fatima ontem com o movimento Comunhão e Libertação.
A mim (permite.me o juizo) parece.me é que sofres da mentalidade racionalista e limitada de hoje.
A igreja em geral nao se sabe apresentar, é verdade. Grande parte dos grupos e responsaveis por esta apresentacao sao uns beatos artolas.
Isto de dizer a musica que se ouve enquanto se escreve é fofo

8:34 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"mentalidade racionalista e limitada".Pk limitada??A limitação encontra-se em toda a espécie de religião e partido politico.Passas a pertencer a alguma coisa estática e pouco propensa a mudança.Estruturas o teu pensamento com preconceitos impostos por essa organização.Isso parece-me bastante limitado...mas cada um sabe de si.
O mal da sociedade de hoje é a necessidade de identificação e não a mentalidade racionalista(quem me dera que todos tivessem mentalidade).

6:27 da tarde  

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